Perfume velho
Fantasma
de olhos glaucos,
insistes
em ficar sob minha pele,
em
contaminar minha mente
com
teu ácido fluído.
Agüenta
o coração as gotas amargas
do
teu perfume velho,
que
amarga o sangue,
e
amarga até o ar.
Já
sei que não será mais
a
penumbra em que tuas pernas
descansavam
sobre aquela cama
que
já não está.
Já
não serão minhas mãos roedoras
na
crosta nívea de tua pele.
Já
não será tua calma
sobre
meu peito sincero.
São Paulo, julho de 2003
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